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Foto: laesquinarota.com/eugenia-sanchez-nieto

 

 

EUGENIA SÁNCHEZ NIETO

( Colômbia )

 

Nascida em Bogotá, em uma época de grande agitação civil, Eugenia Sánchez Nieto (conhecida por seu pseudônimo "Yuyín") testemunhou os difíceis anos de violência social e política na Colômbia na última metade do século XX. Desde jovem, já uma leitora voraz, Eugenia Sánchez Nieto ganhou, além do amor pela literatura e pelas humanidades em geral, uma grande sensibilidade para a injustiça e desigualdade na Colômbia.

Após graduar-se como bacharel em Filosofia pela Universidade Nacional, especializou-se em Gestão e Planejamento do Desenvolvimento Regional e teve seu próprio programa de rádio literário. Ela também trabalhou por quase uma década com o grupo de teatro experimental "La Mama". Foi então que começou a escrever e publicar poesias, pelas quais tem recebido vários prémios. Há dezenove anos é professora de Ética e Desenvolvimento Comunitário. Seus poemas foram publicados em revistas e antologias nacionais e internacionais.

"A dela é uma poesia", escreve Rafael Patiño, "de imagens fortes e um tom lírico que sempre evoca ambientes borrados que o sujeito está prestes a desvanecer, deixando no leitor a sensação de miragens sucessivas, situações fantasmagóricas de amor, de aqueles corpos febris e ardentes, produto de sonhos, lembranças, febre. Ela conquistou seu lugar de destaque na poesia contemporânea colombiana com seu estilo muito pessoal, tortuoso mas coerente, com a coerência de uma loucura lúcida. . . a maravilhosa loucura de ser poeta."

Bibliografia:

Que venga el tiempo que nos prenda, Ulrika Editores, Bogotá, 1985
Con la venia de los heliotropos, Ulrika Editores, Bogotá, 1990
Las puertas de lo invisible, Departamento de Publicaciones, Centro Colombo Americano, Bogotá, 1993
Visibles ademanes, Colección Viernes de Poesía, Universidad Nacional de Colombia, Bogotá, 2004

 

TEXTOS EN ESPAÑOL  -  TEXTOS EM PORTUGUÊS

 


PROMETEO – Revista Latinoamericana de Poesía. No. 54-55.  Memória del IX Festival Internacional de Poesía de Medellin.  Dirección: Fernando Rendón.  Medellín, Colombia: 1999.
Ex. bibl. Antonio Miranda


 

Habitación invisible

En un antiguo edificio
En un último piso hay un único cuarto
Iluminado en forma extraña
Subo sigilosa
Bellos hombres solitarios descienden
Les observo con cuidado
Las palabras son el puente pero no hablamos
Al llegar a la habitación
Un sol rojizo ilumina una única mesa y un asiento
Inclinada sobre papeles
Una mujer en atento silencio escribe

Palabras de seres maravillosos
Habitan este cuarto iluminado
Infinita cantidad de papeles adheridos a las paredes
Producen sonidos delicados
Aquella abismada busca una palabra
Allí están todas y no la encuentra

Todos los habitantes de ese cuarto
Abren a un tiempo la puerta
Se ven en diversas épocas
Con distintas búsquedas con la misma ansiedad
Se observan perplejos
Cada uno iba a la luminosa habitación

En busca de sus papeles dispuestos a encontrar la palabra
En magnífico silencio se observan maravillados
La mujer continúa inclinada sobre sus papeles
No ha reparado en los ojos que le observan

El sol rojizo se oculta lentamente
Fluye el aire misterioso
Lugar irresistible
Encuentro de taciturnos con las máscaras del sol.

 

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução de ANTONIO MIRANDA

 

 Habitação invisible

Em um antigo  edifício
Em um último andar tem um único quarto
Iluminado de forma estranha
Subo sigilosa
Belos homens solitários descem
Observo-os com cuidado
As palavras são a ponte mas não falamos
Ao chegar à habitação
Um sol rubro ilumina uma única mesa e um assento
Inclinada sobre papéis
Uma mulher em atencioso silêncio escreve

Palavras de seres maravilhosos
Habitam este quarto iluminado
Infinita quantidade de papéis grudados às paredes
Produzem sons delicados
Aquela abismada busca uma palavra
Ali estão todas mas não a encontra

Todos os habitantes desse quarto
Abrem em um tempo a porta
Se vêm em diversas épocas
Com diferentes buscas com a mesma ansiedade
Se observam perplexos
Cada qual ia à luminosa habitação

Em busca de seus papéis dispostos a encontrar a palavra
Em magnífico silêncio se observam maravilhados
A mulher continua inclinada sobre os seus papéis
Não percebeu nos olhos que a observavam

O sol rubro se oculta lentamente
Flui  o ar misterioso
Lugar irresistível
Encontro de taciturnos com as máscaras do sol.

 


TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

       [ Tradução automática:]

Murmúrio à noite

 

Não sei de onde vêm tantos boatos à noite

os sons adquirem uma presença fundamental

tantos homens embainhados em suas forças

Siloé, El Salado, Ituango

tantos corpos dilacerados, desequilibrados

olhares vazios

fúrias se filtrando em cada fenda os

espelhos refletem seus rostos sorridentes

eles beijar suas armas, o prazer da agressão

 

Impostura sacrifício bom julgamento

olhos alimentando o prazer do sangue

 

Homens enfeitiçados miram vários alvos

Apartadó, Barranca,

grita La Chinita, rostos bicados por aves de rapina

a terra estremece a

cada medalha rosto decepado

vitória em territórios arrasados ​​pela calamidade.

 

 

TEXTO EN ESPAÑOL – TEXT IN ENGLISH


RUMOR EN LA NOCHE

 

 

No sé de dónde viene tanto rumor en la noche

los sonidos adquieren una presencia fundamental

tanto hombre enfundado en su fuerza

Siloe, El Salado, Ituango

tanto cuerpo magullado, desgonzado

miradas idas

las furias filtran todos los intersticios

los espejos dejan ver rostros sonrientes

besan su arma, el placer de la agresión

 

La impostura el sacrificio el buen juicio

ojos que alimentan el placer de la sangre

 

Hombres embelesados apuntan diversos blancos

Apartadó, Barranca, La Chinita

gritos, rostros picoteados por aves

la tierra tiembla

cada medalla  un rostro desencajado

la victoria sobre territorios arrasados por la calamidad.

 

***

 

Traductor: Nicolás Suescún:

    

 

        MURMUR AT NIGHT

 

I don't know from where so many rumor come at night

sounds acquire a fundamental presence

so many men sheathed in their strength

Siloé, El Salado, Ituango

so many bodies mangled, unhinged

empty looks

furies filtering in every crevice

mirrors reflect their smiling faces

they kiss their weapons, the pleasure of aggression

 

Imposture sacrifice good judgement

eyes feeding the pleasure of blood

 

Men enthralled aiming at various targets

Apartadó, Barranca, La Chinita

shouts, faces pecked by birds of prey

the earth trembles

every medal a severed face

victory in territories razed by the calamity.  

 

 

*

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http://www.antoniomiranda.com.br/Iberoamerica/colombia/colombia.html


Página publicada em janeiro de 2023


 

 

 
 
 
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